Olho o céu cinzento, carregado.
Estas velhas tábuas de um cais desactivado
levam-me a lugar nenhum.
A vida parece estagnada
enterrada neste lodo...
Cada tábua que piso, range de uma forma
que me faz estremecer...
qualquer dia desmorono em mim,
perdida na loucura da ausência.
Escorrego na tristeza
de não sentir viv'alma neste mundo.
Para onde foi toda a gente?
Para onde foste tu?
Porque é que me sinto a esvair...
porque é que sinto que a vida me foi roubada...
porque é que estou apagada?!
A ausência de ti é maior
quando eu também me ausento de mim.
Se te encontrasse renascia...
mas como não te vejo,
o coração chora cada lágrima
que os olhos recusam chorar.
by Sofia Felizardo
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