25.1.07

Fragilidade e negação

Estes dois sentimentos têm, de alguma forma, transformado a minha vida nos últimos dias.
Sinto-me muito frágil...quase de porcelana, como se a qualquer segundo me fosse partir em mil pedacinhos!
Nego, para mim mesma, certos pensamentos e certas vontades...pergunto-me se serão, de facto, como aparentam: serem o mais certo para mim.
Não consigo obter respostas claras: certo é que não vivo feliz. E assim não posso continuar.
O vazio que existe dentro de mim é enorme!
Por vezes, dou comigo a pensar em 1001 formas de fugir desta realidade, procuro n motivos para acreditar que isto é só um sonho mau, no fim irei acordar, feliz, alegre, bem disposta, rodeada de gente que me ama e me quer bem.
Todos nós sabemos que para vivermos felizes, não basta só queremos ser felizes. Vivemos em sociedade, como tal, essa sociedade funciona para o bem e para o mal, impondo-se em cada decisão e/ou pensamento, gerando muitas vezes sentimentos de culpabilidade e criando enormes fossos sentimentais, onde caímos, interminavelmente, a cada segundo que negamos encarar a realidade.
Quando penso que gostaria de ter 15 anos de novo, diz apenas respeito à possibilidade de, com essa idade, errarmos e termos mais facilmente outra oportunidade. As coisas não têm que ser perfeitas e é-nos dado o benifício da dúvida.
Quando somos adultos, e quando somos pais, não nos é dada essa oportunidade - se erramos, seremos condenados de imediato, cruelmente, por toda a sociedade que nos rodeia.
A expressão 'queimada em praça pública', agora não literalmente, mas continua a existir. De uma forma muito mais maléfica, porque nos corrói a par e passo, tornando-nos num ser desprezado e difamado, quer se tenha causado dano a terceiros ou apenas a nós próprios.
Vivemos numa época em que a imagem vale por 1000 palavras: se queres cair em graça, basta seres elegante e arranjares-te bem. Mesmo que cultives o mal, que semeies a discórdia.
O mundo de hoje está feito para pessoas que apenas olham para a embalagem, e facilmente desconhecem o interior. Afinal, para que é que isso serve?!
Pois bem, recuso-me a viver acreditando que se és gordo estás lixado, se és magro mas um grande filho da **** safas-te de qualquer forma!
Para mim, viver é muito mais do que exibição. Viver pressopõe sentir, presenciar, saborear, sofrer, conversar, escutar, reflectir, sonhar, e acreditar que todas as nossas acções vão contribuir para um crescimento pessoal, um crescimento espiritual.
Sermos bons e semeando a bondade, o mundo tornar-se-à num mundo melhor.
Recuso-me a deixar isto de parte!

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