25.9.08

A importância das rotinas

(foto tirada daqui)

Comecei esta semana a deslocar-me à capital, diariamente, sempre utilizando o meio de transporte mais rápido: o comboio.

Confesso que, à parte da insegurança, da malta esquisita, dos cheiros, do que se ouve e vê por aí, já sentia saudades de viajar tranquilamente (dentro do possível, pelos motivos anteriores), lendo um livro, ouvindo música, ou simplesmente olhando a paisagem e a azáfama das imensas pessoas que entram e saem da carruagem.
Tudo sem me preocupar, sem stresses, sem o atrofio que é habitual numa viagem de carro pelo IC19 em hora de ponta.

Amo a minha cidade, apesar do afastamento dos últimos tempos.
Gosto de rotinas, de entrar na mesma carruagem, de percorrer os mesmos passos no Metro, de entrar e sair sempre no mesmo sítio.
Às tantas já nem penso!
Deambulo em piloto automático, sempre atenta às pessoas, que me fascinam, umas pelas diferenças, outras pelas figuras caricatas.

É disto que preciso! De ter horários certos, de ter rotinas, uma vez que, sendo professora nos últimos anos, tenho tido muito pouco disso, muitos horários esquisitos, todos desajustados, com reuniões fora de horas... ou seja, andei muito de carro e com pouco tempo real para fazer coisas, mesmo as que não gosto: as tarefas domésticas!

Hoje consigo deitar-me à mesma hora, acordar cedo, tratar das coisas de casa, ir à minha vida recente para Lisboa, voltar no comboio e ir buscar a criança, depois os banhos, o jantar, as coisas do dia seguinte, no final a internet, as séries de tv, um livro...Até tenho andado com cara de Sábado! (ver imagem que tirei daqui)

Tinha saudades desta Sofia.
Espero que se mantenha por muito tempo!

17.9.08

Eu...


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... sem mais nada de interessante para fazer!

15.9.08

O estado da nação ou... desprotecção à família

Todos ouvimos, diariamente, queixas sobre o aumento do preço dos produtos e combustíveis, das taxas de juro, a inflação, os ordenados baixos, o aumento do desemprego e da criminalidade.
Lemos, dia após dia, casos de idosos reformados que vivem no limiar da pobreza, famílias inteiras desfeitas por falta de trabalho e, consequentemente, sem dinheiro sequer para uma vida condigna.

Infelizmente, tudo isto é pura verdade. De uma verdade tão cruel que chega a cortar a alma só de pensar na miséria em que está o meu país.
Quem me dera a mim ter apenas 5 anos... não! Melhor que isso, ter 5 anos e ser estrangeira.
No meu país é bem melhor ser-se estrangeiro. Tem-se mais direitos, mais regalias, mais protecção social e mais piedade de todos. Tem-se prioridade em tudo. É uma maravilha!

Ora então acompanhem o meu raciocínio.
Se eu fosse preta ou cigana, ou de outros grupos sociais, etnias e afins, tinha direito ao subsídio de desemprego, uma vez que sou professora não colocada.
Infelizmente, não tenho direito. Trabalho, faço os descontos e quando preciso não tenho direito.

Parece que o ordenado do meu marido (posso garantir que não é muito alto), para a segurança social é mais que 80% do salário mínimo, logo é suficiente para 3 pessoas viverem.
Eu entendia, se também pagasse 4,5 € ao banco todos os meses pelo meu mísero T2 (atenção que não é de luxo, é mesmo o que consegui comprar com 22 anitos e o primeiro IRS feito), e se o abono que o meu filhote recebe não fosse apenas de 10 €.

Mas como pago uma casa ao banco, tenho que ter o meu filho no infantário privado (porque as vagas no público não chegam para todos), pago água, gás, electricidade, vou ao supermercado para três, não me parece que 80% do ordenado mínimo chegue! Aliás, digamos que com esse valor, não pagava a renda de casa, quanto mais esses luxos de água, electricidade, gás e... comida!!!

Daí a minha revolta e repulsa pelo meu país. Menos MEU que dos estrangeiros, pelo que se vê.
Aliás, tenho que viver às custas do marido, em pleno Séc.XXI, enquanto não tiver emprego - que pelas estatísticas já se vê que vai ser canja! - e tenho que fazer uma ginástica inimaginável para esticar os euros que alguém, numa secretária, decidiu ser suficiente.
Gostava de entender os pârametros de escolha. Porque é que não vêem as despesas que o agregado tem, para viver condignamente?!

Mas já resolvi: em breve vou montar uma barraca em terreno camarário e talvez até me divorcie, visto que se for divorciada e com uma criança não me vão faltar ajudas para não morrermos de fome... e ainda pode ser que daqui a uns anos tenha acesso a uma chave de um apartamento por 5€ mensais.
Aposto que aí, as assistentes sociais arranjam logo vaga para o meu filho na pré-primária do estado, o abono sobe e começo a receber alguma coisa. Até me vêem trazer comida a casa, do banco alimentar contra a fome ou algo do género. É preciso é deixar que o miúdo ande com ranho até ao queixo, para ninguém topar que não pertencemos ali...

É este Portugal que encontro: um país em que os nativos sofrem racismo, comem mesmo o pão que o diabo amassou, tendo só o dever de arranjar emprego para descontar para aqueles que diariamente chegam a este país vindos de fóra. E trabalhar caladinhos! Nada de levantar ondas... que a mim já me passou pela cabeça que os de cá - os portugueses - ainda vão ser escurraçados!

É um país em que compensa ser-se bandido, gatuno, trapaceiro... a vida está muito boa para quem não quer fazer nada de legal e que prefere gastar o tempo com a cerveja numa mão e os subsídios da segurança social na outra. Isto enquanto os filhos põem o capuz e assaltam bancos, bombas de serviço, cafés... isto tudo só me deixa um pensamento:

Quem me dera que o Dom Afonso Henriques não tivesse nascido!!!!

11.9.08

In memorium

E hoje faz 7 anos desde que o mundo mudou.
Lembro-me que estava no trabalho, numa recepção na altura, e que vi as imagens na televisão.
Imaginar a aflição das pessoas metidas nas torres, com altas temperaturas, agonia-me.
Nunca mais viajei de avião sem que olhasse em meu redor, tentando descobrir algum fundamentalista entre os viajantes.
Sei que parece estúpido, mas é mais forte do que eu.

(foto tirada daqui)

Imaginem em Dezembro de 2002, quando viajei de Lisboa para Madrid, onde iria apanhar um avião para Cancun.
Porta de embarque do meu vôo, em Barajas: ao lado da porta de embarque para Israel!!!
Ía tendo um colapso cardíaco!
Parecia que estava metida num filme esquisito: dum lado Judeus, com os seus caricatos penteados com canudos, barbas, chapéus...

(foto tirada daqui)

... e do outro, muçulmanos, totalmente distintos na fisionomia, na cor, no aspecto.

(foto tirada daqui)
E apesar do ar sorridente deste último aqui em cima, confesso que pela minha experiência na Tunísia, não são nada simpáticos, até pelo contrário, são bastante intimadores!
E as línguas... e os olhares...
E para não variar, o ar de caso de quem lhes fazia o embarque, revistando um a um, uma e outra vez. Os passageiros para Israel, são chamados um a um, com bastante intervalo entre cada um, para todo um interrogatório e processo de revista detalhada. Não se pode correr outro risco...
E as mochilas por ali espalhadas?!
Lembro-me que só descansei quando aterrei em Cancun, sã e salva.

Para ajudar a passar o tempo...

Sei que não tenho aparecido por aqui. Aliás, tenho cá vindo, sim, mas volto sempre a sair daqui sem escrever nadinha. Ando com falta de vontade, sem ânimo, e eu que tenho que tocar o barco para a frente!!!

De qualquer forma, enquanto não ponho em prática 3000 coisas que tenho na cabeça, mas que o corpo teima em concretizar, deixo-vos aqui algumas fotos da viagem a Paris, em Agosto passado.

Para começar, a bela Torre Eiffel...

E a vista magnífica da cidade do amor!

Notre Damme... arquitectura gótica, onde se destaca a rosácea (a maior)

Montmartre e o Sacré Coeur

O Moulin Rouge, célebre cabaret das noites parisienses...

O Arco do Triunfo...

O Louvre, que estava mortinha por visitar!

E os magníficos quadros do Van Gogh...

Em cima eu e o "Quarto em Arles", em baixo "Meio-dia: intervalo para a Sesta"

Foi uma viagem inesquecível, tanto pela parte dos museus e arte, como pela cidade em si, que é magnífica!

E pronto, por hoje é tudo... já vai alta a noite, como diz o Abrunhosa, com o estado avançado da hora foi o que se pode arranjar! Boas noites...

(E já agora que a p&$@ da insónia me deixe dormir, que já chega de escrever até às duas da manhã!!!)

1.9.08

Emprego precisa-se, arma também!


Cá estou eu, agora com bastante tempo para vir aqui despejar os meus pensamentos, raivas e emoções, uma vez que pertenço àquele grupo que, felizmente, tem vindo a diminuir em Portugal: Os desempregados.

Exactamente, esse grupo que miraculosamente desce, tal como a criminalidade. O que se lê na comunicação social é tudo treta! Qual assaltos com armas e reféns a bancos, qual quê!!! Aliás, a prova de ser mentira é o orçamento de estado para 2009 reduzir as verbas para o Ministério da Administração Interna.

Este país está óptimo e recomenda-se. "Palavra de Sócrates"! Eu até nem conheço ninguém no desemprego, anda tudo tão contente e todos os licenciados que conheço estão a trabalhar na área... a sério, não acreditem nos jornais. Isso é tanga.

Se duvidarem, aproveitem e vão a um Centro de Emprego e constatem a rapidez com que são atendidos.

Realmente a função pública é descriminada injustamente, eles são rápidos e eficientes, as pessoas é que são chatas e adoram visitar a Segurança Social e os Centros de Emprego, principalmente pelas excelentes condições de recepção às pessoas: bancos suficientes para todos, almofadados, ar condicionado, ambiente tranquilo e harmonioso...

Adoro ser portuguesa e pertencer a grupos sociais tão privilegiados como os que referi. E mais não digo!!!


(É claro que nem preciso dizer o quanto estou a ser sarcástica...)