[...]Não sabia o que fazer. Mais uma vez a vida a deixara num beco sem saída, ou melhor, de mãos atadas, como se fosse ela a culpada e merecesse ser prisioneira eterna, prisioneira da sua própria vida. Olhara em redor, de nariz levantado, buscando nada em parte nenhuma, tentando desenvencilhar-se do amontoado de problemas que a envolviam, como novelos de lã baralhados e amontoados com o tempo, numa velha cesta de um sotão qualquer.
Se tivesse estado atenta aos sinais, teria desvendado as pistas que a vida dá, a todos nós, de cada vez que nos questionamos, que nos deparamos com uma encruzilhada de caminhos sinuosos e íngremes, mas que, como tudo na vida, têm um fim, um outro lado, uma resposta, mesmo que não seja aquela que desejamos. Bem que ela própria se esforçava por se manter firme e fiel ao que defendia. Sabia, com cada gota de sangue do seu corpo, que viver implica escolher. Quem não escolhe não vive. É humano e impossível de contrariar, visto que, até quem resolve sentar-se num canto à espera do fim dos seus dias, acaba também dessa forma por fazer uma escolha.
A diferença é que essa é a escolha final, vazia de futuro, enquanto que quem se enche de esperança, mesmo olhando o céu cinzento, quem sorri, mesmo quando chora por dentro, quem se esforça, mesmo quando pensa não aguentar mais, essa escolha é a própria vida, que se escolhe a ela mesma, tornando-nos meros fantoches de desejos, sonhos, anseios, medos, paixões...
Desde o dia em que tomara a decisão, a bendita decisão!, como tantas vezes dizia, sentia-se mais tranquila, numa paz branca, silenciosa, inexplicável. Podia fechar os olhos por largos minutos e sentir apenas o pulsar das suas veias ao ritmo do coração, escutar o silêncio, que o silêncio tem um som muito próprio a que apenas alguns acedem, de tempos a tempos. Mas agora, que finalmente tinha que assumir a sua posição, sentia-se mais irritada, atordoada com as mil e uma ideias que tentava, em vão, inventar na sua cabeça. Até o olhar turvara e os cheiros característicos de um beco de cidade a inebriavam, chegando a causar o vómito e espasmos . [...]
Se tivesse estado atenta aos sinais, teria desvendado as pistas que a vida dá, a todos nós, de cada vez que nos questionamos, que nos deparamos com uma encruzilhada de caminhos sinuosos e íngremes, mas que, como tudo na vida, têm um fim, um outro lado, uma resposta, mesmo que não seja aquela que desejamos. Bem que ela própria se esforçava por se manter firme e fiel ao que defendia. Sabia, com cada gota de sangue do seu corpo, que viver implica escolher. Quem não escolhe não vive. É humano e impossível de contrariar, visto que, até quem resolve sentar-se num canto à espera do fim dos seus dias, acaba também dessa forma por fazer uma escolha.
A diferença é que essa é a escolha final, vazia de futuro, enquanto que quem se enche de esperança, mesmo olhando o céu cinzento, quem sorri, mesmo quando chora por dentro, quem se esforça, mesmo quando pensa não aguentar mais, essa escolha é a própria vida, que se escolhe a ela mesma, tornando-nos meros fantoches de desejos, sonhos, anseios, medos, paixões...
Desde o dia em que tomara a decisão, a bendita decisão!, como tantas vezes dizia, sentia-se mais tranquila, numa paz branca, silenciosa, inexplicável. Podia fechar os olhos por largos minutos e sentir apenas o pulsar das suas veias ao ritmo do coração, escutar o silêncio, que o silêncio tem um som muito próprio a que apenas alguns acedem, de tempos a tempos. Mas agora, que finalmente tinha que assumir a sua posição, sentia-se mais irritada, atordoada com as mil e uma ideias que tentava, em vão, inventar na sua cabeça. Até o olhar turvara e os cheiros característicos de um beco de cidade a inebriavam, chegando a causar o vómito e espasmos . [...]
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